O post de hoje tem a intenção de ser lembrado muitas vezes por quem o ler. Tomara que gere reflexões, discussões, conclusões. Não pretendo com ele ditar normas de comportamento submisso, só busco uma coerência entre aquilo que penso e aquilo que faço. Achei bom publicar aqui meus pensamentos, porque pode ser que ajudem a alguém, como eu, na busca da excelência no servir.
Embora Oscar Wilde tenha dito: "A coerência é a virtude dos imbecis", busco sim a coerência, a conformidade (não confundam com conformismo, por favor), a congruência. Mesmo sem saber se por vezes a alcançarei, minha busca será constante, em todos os meus pensamentos e atos.
Vejam bem, minha intenção não é a de atingir a perfeição, está claro como água para mim que, como humana, a perfeição jamais será atingida. Mas, isto não seria motivo para relaxamento, preciso chegar o mais perto possível. Pretensiosa? Pode ser. Ninguém pode me censurar por querer progredir, crescer, melhorar. Senão ficará meio que “sem sentido” a vida. Estamos aqui para aprender e aplicar na prática o que aprendemos. Estamos aqui para aperfeiçoar, aprimorar.
O que provocou este texto foi uma conversa com uma amiga querida. Ela falava coisas como: "se sentir abandonada pelo Dono", "falta da atenção e falta de explicação por parte dele". Estas situações que TODAS NÓS passamos vez por outra e que DOEM MAIS DO QUE QUALQUER TORTURA FÍSICA.
Verdadeiras provas de fogo para quem serve, o abandono, a falta de atenção e de explicação, tiram uma escrava do seu eixo de equilibro e a desorientam. Como sempre digo e repito, que venham todas as dores físicas acompanhadas do olhar sádico daquele que tem os nossos serviços... estes momentos são de prazer para ambos. Mas, é na hora da ausência que se sabe quem verdadeiramente serve. É neste instante de prazer unilateral, de absolutamente nenhum prazer para quem se submete.
Talvez, (eu disse “talvez”) quem Domina, vendo sua sub torturada fisicamente a seus pés, pense: "Que orgulho eu sinto por possuir esta escrava!"
Não, Senhor, não é esta a hora de se orgulhar. A hora de se orgulhar é aquela que o Senhor se afasta para resolver seus problemas, suas dificuldades na vida, e sabe que a escrava estará lá sozinha a lhe esperar... serena, tranqüila, de alma leve, sem questionar e, o mais importante, sem sofrimentos. Porque se sofrer, acabará se tornando um fardo.
Não pensem que não sinto problemas com a ausência, que não questiono no mínimo pra mim mesma. Sou como qualquer outra, sou insegura e sou frágil, ainda não desprendida de mim mesma. A diferença é que jamais levo até meu DONO nada além dos meus sorrisos de submissão, amor e desejos. Posso dizer isto de alma aberta porque é ELE o primeiro a ler meus posts no blog e, honesto como é, não me permitiria dizer algo que não consigo praticar.
Mas, a minha amiga sub reclamava sobre falta de atenção e eu respondia à ela que é o viver nesta "corda-bamba" que significa servir, quando ela me disse algo que me deixou atônita, confesso:
_Amar, é muito cômodo pro seu Dono ter uma escrava como você. Quem não haveria de querer uma escrava assim? Até eu, que sou sub, queria ter.
Pronto. À primeira vista doeu. Veio como um soco forte no estômago. Doeu muito. Me senti um nada. Insignificante. Pobre coitada da Amar que é tão boba e tudo faz para que seu DONO se sinta feliz, sem esperar nada em troca. Esta foi a minha primeira e rápida reação. Mas, durou pouco.
Pode parecer loucura, mas assim que penso ou sinto algo negativo, minha mente corre em busca da "Dona Coerência". E fui direto ao dicionário, hábito que tenho desde criança, fascinada que sou pelas palavras e seu significado real.
Olhem o que encontrei, que fascinante:
Cômodo: adj (lat commodu) 1 Que oferece comodidade. 2 Adequado, próprio. 3 Que oferece facilidades. 4 Favorável. 5 Tranqüilo. sm 1 Aquilo que oferece comodidade. 2 Agasalho, hospitalidade. 3 Aposento de uma casa; quarto, alcova. 4 Pequena habitação.
Comodidade: sf (lat commoditate) 1 Qualidade do que é cômodo. 2 Aquilo que contribui para o bem-estar físico; conforto. 3 Oportunidade, ocasião favorável. 4 Meio fácil de fazer ou de usufruir alguma coisa. 5 Bem-estar, regalo.
Regalo: sm 1 Prazer, especialmente de mesa. 2 Iguaria apetitosa. 3 Gozo material. 4 Presente ou mimo com que se brinda alguém. 5 ant Agasalho, geralmente de peles, em que as senhoras usavam trazer as mãos, para as resguardar do frio. 6 Rede de braços no aparelho de arrastar.
Ao encontrar estas definições me apoiei no encosto da cadeira e perguntei a mim mesma sorrindo:
_Não foi para ser tudo isto aí que você se tornou uma escrava, Amar? Não é isto que te faz pulsar e latejar???
Eu quero ser cômoda ao meu DONO sim. Quero dar comodidade a ELE. E quero ser um regalo em sua vida. Quero a exata medida de lhe dar todos os prazeres. Não quero jamais pesar em seus ombros. Não quero que se sinta obrigado a me dar explicações. Não quero deixá-lO constrangido em momento algum.
Eu quero sim ser cômoda ao meu DONO, trabalharei firme para ser cada vez mais cômoda, porque é pra isto que existo e porque ELE merece.
Não sou baunilha com sonhos de submissão, muito menos escrava só durante sessões. Sou uma escrava em seu sentido mais puro e real.
Só me resta agora agradecer à minha amiga que provocou minhas indagações, fazendo com que eu chegasse ao sorriso que ostento neste instante.
Obrigada, Amiga!