*



*

Princípio da submissão

Não sou tua submissa porque Te amo.

Te amo porque sou tua submissa.


Amar Yasmine

*


Minha Alma

Eu amo minha alma despojada



Minha doce alma submissa



Minha alma que espera.. espera.. espera



Minha alma que espera quieta, subserviente e nua



Eu amo esta minha alma



Que de tão devassa e suja



Se torna pura



Amar Yasmine

*







28 de jul. de 2011

Lembranças...




Ontem acordei com um farfalhar de asas dentro do meu quarto. Ainda de olhos fechados pensei: deve ser um morcego – é comum receber a visita de vários animais que entram pela varanda do meu quarto, sobretudo morcegos. Abri os olhos e vi um bichinho encolhido no vidro da porta. Estava tão agarrado que à distância não dava nem pra identificar que animalzinho era.

Levantei e fui olhar de perto. Ai, meu Deus, era um beija-flor. Tão pequenino que não acreditei que pudesse voar e o bico parecia maior do que o corpo. Estava assustado, tremendo. Eu o peguei, coração batendo forte e o aconcheguei... Que delicia! Ele não esboçou nenhum movimento e aos poucos se acalmou. Então abri as mãos pra ver se tinha algum machucado e se as asas estavam inteiras. Ele estava perfeito.

Era de um tom azul noite, meio furta-cor, lindo. Os olhos pretinhos e brilhantes me olharam confiantes. Então, fui pra varanda pra soltá-lo e abri as mãos bem devagar, embora meu desejo egoísta fosse de mantê-lo pra sempre comigo. Ele ficou por um instante livre, porém quieto, talvez não acreditando que eu lhe dava o direito de ir... E voou para o abacateiro que tenho no fundo do quintal.

Antes que ele pousasse num dos galhos, minha vida me passou pela cabeça e eu chorei de saudades do amor possessivo da minha mãe.
Eu tinha menos de 10 anos e pensava olhando pra ela: "Deus, se um dia ela for embora eu não poderei mais respirar." Eu olhava pra minha mãe como se ela fosse Deus... Como viver sem a sua presença? Eu não admitia a vida sem ela.

Na adolescência as rusgas tão normais entre mãe e filha vieram.. Era natural o embate. Mas, não entendíamos, ela me queria perfeita e apenas pra ela. Quanto a mim, me sentia sufocada... E eu queria voar com minhas próprias asas.

Ainda adolescente me casei, tive filhos e compreendi finalmente este amor de mãe que, de tão imenso, peca. Aí o Tempo foi cruel e nos roubou o espaço que precisávamos para nos aconchegar de novo... E ela se foi me deixando perplexa diante do mundo.

Às vezes tenho pesadelos e neles eu chamo por ela. Imploro: "Mãe, não quero mais voar sozinha. Vem voar comigo!" Acordo sempre com a dura realidade que será inútil minha súplica. Dela apenas terei as lembranças, as lições, que agradeço ter recebido.

As recordações do amor desmedido e sufocante da minha mãe por mim são belas. Tão belas e essenciais que até hoje almejo um amor tão sufocante quanto o dela.

Saudades muitas daquele colo, daqueles ombros, daquele cheiro, daquela voz, da textura daquela pele, daquele olhar, daquele amor opressivo. O pequenino beija-flor, ontem no meu quarto, me trouxe lembranças da minha mãe.

DEXPEX_{Amar Yasmine}




As coisas e os animais são o que são e permanecem o que são. Mas o homem será o que ele decidiu ser. O seu modo de ser, a existência, é um sair para fora em direção à decisão e à automoldagem. Assim, a existência é um poder-ser e, portanto, é incerteza, problematicidade, risco, decisão, impulso adiante. Este impulso pode ser em direção à Deus, ao mundo, ao próprio homem, à liberdade, ao nada..

(Jean-Paul Sartre - Da Liberdade à Consciência)

26 de jul. de 2011

Para uma submissa, no ato de entrega de sua alma ao Dono



Toma minha alma em tuas mãos, meu SENHOR

Que ela já não tarda pronta a estar

Toma minha alma em tuas mãos

Que estou há uma existência preparando-a pra TE dar


Guarda minha alma em tuas mãos, meu SENHOR

Brinca, cuida, usa, sem medo de a machucar

Guarda minha alma em tuas mãos

Que ela é alma de escrava, fácil de se consertar


Prenda minha alma em tuas mãos, meu SENHOR

Que ela é feita só pra Te servir

Prenda minha alma em tuas mãos

Que ela é uma alma serena, submissa aprendiz


Conserva minha alma em tuas mãos, meu SENHOR

Que é esta a existência que ela sempre quis

Conserva minha alma em tuas mãos

Que ela TE será para todo o sempre desnuda, fiel e feliz


DEXPEX_{Amar Yasmine}

23 de jul. de 2011

Meia Noite em Paris



Ele é criativo, sensível, apaixonado, de um bom gosto raro, um dos 10 melhores cineastas da minha lista. Woody Allen é um gênio. Não vou comentar seus argumentos nem roteiros maravilhosos, prefiro falar do que mais me chama atenção em seus filmes, sua generosidade. Ele é generoso com seus personagens. Em todos os seus trabalhos, por mais bizarro que um personagem possa ser, ele o transforma em pura delicadeza. Eu diria que Woody Allen trata com compaixão as misérias do animal humano.



"Meia Noite em Paris" me fez a garganta apertada por 1h40m de pura viagem. Viajei por Paris à noite, através da fotografia, da música, através das sete artes, do sonho, do ideal, da paixão pela vida, através do amor. O diretor não fez por menos, foi de novo, aqui, generoso.



Os atores estão todos impecáveis. De Owen Wilson - Gil Pender o roteirista de Hollywood que quer se mudar pra Paris pra se tornar um romancista; à Rachel McAdams - a linda, mas chatíssima e vazia Inez que só pensa em roupas; à Kathy Bates, como Gertrude Stein, sempre maravilhosa em todos os papéis; até Carla Bruni, que o próprio diretor considerou "certinha" em seu personagem.



Enfim, não vou fazer um resumo porque tiraria a surpresa do filme. Só posso pedir que assistam e no cinema. Nada de assistir em DVD, tem que ser no telão pra se sentir em Paris, em plena década de 20, em meio a grandes escritores e pintores famosos.



Meia Noite em Paris é um filme por demais delicado, com uma belíssima trilha sonora (esta que estão escutando no blog) e uma fotografia impecável. Uma comédia romântica que vai te fazer rir e vai te comover. Ao final, vc poderá escolher entre viver na superficialidade, sem intensidade, ou mergulhar fundo, na essência.



Meia Noite em Paris

Lindo!

Impossível não gostar!


DEXPEX_{Amar Yasmine}

15 de jul. de 2011

Para meu DONO



15 de julho, "DIA DO HOMEM"


Para mim todos os dias são o "Dia do meu HOMEM", pq não faço nenhum segredo que acredito em sua supremacia. ELE é meu HOMEM, meu REI, meu DEUS, meu PAPAIZINHO ADORADO e todos os dias são seus.

Pra TI, AMADO HOMEM que é DONO de tudo em mim, deixo aqui a expressao do meu amor submisso e a certeza de que não somente hoje seja teu dia, mas todos os dias são.


Olho teus olhos, DIVINO HOMEM

E minha alma explode de alegrias

Meu corpo se consome em prazeres

DONO de tudo em mim

Pareces feito de magia

Nem pareces real

Caminhas na minha direçao

E estremeço inteira de desejos


Tens classe

És inteligente, paciente

Sabes onde desejas chegar

Audacioso que és

Gentil cavalheiro

Homem de gostos refinados

Discreto DONO de tudo em mim

Nem um pouco exibido, perfeito


Te vejo chegar sorrindo

Lindo

Olhar penetrante

Seguro

Sábio

O próprio equilíbrio

Cavalheiro

DONO de tudo em mim


Tens nome de Herói

Coração de leão

Corpo de touro

Mente de águia

A TI, HOMEM das estrelas,

Imploro, suplico

Permita que eu permaneça a teus pés

Não suma da minha vida


DEXPEX_{Amar Yasmine}

14 de jul. de 2011

La petite mort



Eu adoro sexo, sempre adorei. Mesmo quando não sabia ainda o que era o orgasmo, que eu prefiro chamar de gozo.

A primeira vez que gozei achei que estava morrendo e choreiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... Eu tinha 14 e ele 45... era um homem maravilhosamente ordinário o meu dentista.

Ele subiu minha saia até a cintura, arrancou minha calcinha, abriu minhas pernas e ficou olhando... eu não sabia mas já adorava ser escancarada e olhada. Ele fez isso e começou a beijar minhas pernas... subindo pela parte interna das coxas... me roçando a pele com seu bigode ruivo, atrevido e macio.

E eu pensei: "será que ele vai colocar a boca lá???"

Não estranhem, eu vivia trancafiada por pais muito conservadores e rígidos que me vigiavam 24h por dia. Mas, como diz o diabo, nada segura uma mulher com tesão... nem mesmo quando ela é apenas uma menina. Eu não ía sozinha a nenhum lugar, mas ele era dentista de toda a família e eles tinham certeza que ele era sério.

Sua boca subindo ávida pelas minhas coxas e eu pensando que aquilo não podia existir porque ninguém colocaria a boca no sexo de outra pessoa... Mesmo assim, deixei que ele se regalasse em mim, sem dizer uma só palavra. E o medo que eu estava de falar e ele parar de fazer coisa tão boa? Por isso, fiquei imóvel e muda..

Que o mundo acabasse naquela hora! Era tudo que eu queria. Pra que viver depois de uma maravilha daquelas?

Ele levantou minhas pernas até que os joelhos tocassem meus seios e as manteve flexionadas e escancaradas. Degustou meus líquidos com absoluta calma e prazer. Afundou a língua macia tentando me invadir, alternando com movimentos suaves em volta do grelo, bem de leve... do jeitinho que deve ser uma boa chupada.

E foi num átimo que o gozo chegou e me pegou de cheio.

Estaria eu morrendo? O choque surpreendente.. O coração voando louco.. O sangue circulando velozmente por todo corpo.. Meu rosto que eu sabia rubro... todo meu ser derramando labaredas.. O amolecimento.. A incapacidade de esboçar qualquer reação.. O entorpecimento.. A calma.. A paz!

Me esvasiei de chorar por baixo e por cima.. sim, eu solucei de prazer e de medo... medo de morrer... e eu estava, sim, morrendo.

_Calma, menina, esta não é a morte derradeira, é apenas "la petite mort", como chamam o gozo, os franceses.

E os poucos meus soluços se transformaram num suave ressonar junto ao peito dele.

11 de jul. de 2011

Submissão: trabalho incansável



Às vezes algumas submissas ficam chateadas comigo porque bato forte por uma submissão sem exigências, sem compensações, sem expectativas. Bato forte porque se houver exigências, compensações e expectativas a submissa não será feliz. E, não sendo feliz, não será uma boa submissa.

Outro dia comentando no blog "Fases e Facetas de Ternura", da querida Ternurinha, eu disse "submissão não é um mar de rosas. Temos de nos acostumar a não sermos lembradas e consideradas. Ser submissa é fazer tudo pelos prazeres do Dono e ser absolutamente desnecessária para Ele".

Não pretendo ser mais submissa do que ninguém, busco apenas ser coerente em todos os meus atos, sobretudo na minha entrega. Não me satisfaço quando percebo uma diferença entre o que digo e o que faço, preciso viver o que digo e quando isto não acontece não me sinto bem e não me perdôo.

Já me chamaram de "sub xiita".. gostei, tomei como elogio. E, quando as coisas não estão bem na relação com meu DONO, porque nunca será um mar de rosas pra nenhuma de nós, nestes momentos eu digo a mim mesma "Está na hora de trabalhar para ser uma submissa xiita, Amar".

Não acho que seja uma, não obstante, mais do que alguém possa imaginar eu trabalho sempre para ser melhor, tendo sempre em mente que estou a léguas de ser uma escrava exemplar.

Às submissas que ficam chateadas com a minha "dureza" peço que tentem me ver como uma incentivadora, não como arrogante. Não tenho a pretensão de censurar ninguém. O que sinto é um carinho imenso e lindo por todas e peço que trabalhem forte no sentido de aprimorar sua entrega, não só porque é o certo, também porque se sentirão mais felizes e realizadas em sua submissão. Com certeza.

5 de jul. de 2011

Minha bebezinha



Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão



Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão



Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei

(Valsa para uma menininha - Vinícius de Moraes)


2 de jul. de 2011

Meu bebê



"Eu sou a serpente Sata, que mora nas partes mais distantes da Terra. Eu morro, renasço, me renovo e torno a ficar jovem todos os dias. (Livro dos Mortos Tibetano)


NIRAJ
(Flor do Lótus em Sânscrito)
Python Mollurus Bivittatus,
3 anos, 2m90, 19kg


Quando a Python apareceu para mim através de um amigo biólogo fiquei em estado de êxtase, mas não podia ficar com ele até que meu DONO desse permissão para tal, então supliquei a ELE. Eu já havia tentado uma vez com uma Corn Snake e meu DONO se calara. Tomei o silêncio do SENHOR DEXPEX como um "não" e sequer perguntei as razões de sua negativa. Nenhum de nós tocou mais no assunto, mas meu coração manteve a esperança de um dia possuir uma serpente.

Cerca de um ano e meio depois outro amigo biólogo (conheço muitos... rs) perguntou se eu queria realizar o sonho de possuir uma Python. Imediatamente liguei ao meu DONO pedindo e esperei com calma que ELE se pronunciasse. E ELE disse:

_SIM, Amar!

Ai meu Deus, quanta alegria! Combinei com meu amigo que a trouxesse naquele mesma noite e fiquei cheia de ansiedade esperando. Lá pelas 21h ele chegou trazendo-o numa bolsa própria. Meu coração não parava de pular. Ele veio com um amigo e os dois abriram a bolsa e, com ajuda de um gancho de metal o tiraram de dentro. Eu mal conseguia respirar.

Me passaram todas as instruções e disseram muitas vezes que era importante manuseá-la com frequência para que acostumasse comigo. Fiquei com ela nos meus ombros enquanto estiveram aqui em casa, mas antes de sair eles a guardaram numa caixa provisória, no dia seguinte eu providenciaria o terrário.
Acordei cedo, na verdade mal dormi, e fui soltá-la seguindo as instruções recebidas. Quando abri a caixa ela sibilou alto e forte. Era como um aviso:

_Não se aproxime!



Me afastei de imediato, o suor de medo molhou todo meu rosto, imaginando que o que ela sentia a meu respeito era o oposto do que eu sentia à respeito dela. Eu a via como uma divindade, imagino que ela me visse como a mais frágil e covarde das criaturas.
Ah... covarde não sou. O medo jamais me paralisa. Eu estava numa situação complicada porque o corpo dela já estava pra fora da caixa e ela me parecia estar convicta a não voltar pra dentro. Deixei então que saísse por completo, que explorasse o chão da sala e, com firmeza a agarrei sem usar o gancho que haviam me deixado caso eu precisasse manuseá-la e sentisse medo.
Ela não ofereceu resistência e acho que finalmente entendeu que, daí pra frente, tínhamos de aprender a conviver uma com a outra.

Niraj é macho. É muito voraz. Dizem que as serpentes não estabelecem um vínculo de afetividade com o dono porque não escutam. Além disso, não enxergam como enxergamos.. elas vêem apenas borrões de energia. Mas, ando duvidando disso. Ele é bravo e não aceita que ninguém mais chegue suficientemente perto pra tirá-lo do terrário. Só aceita a mim. Não sei como isto pode acontecer.
Quando chego no terrário pra soltá-lo, Niraj me reconhece.. falo sempre com a mesma entonação de voz:

_Quer sair, meu bebê?

Ele vem... não sossega enquanto não destranco e abro o vidro. Deixo que saia calmamente, sozinho, que desça para o chão e espero até que venha na minha direção, só aí o pego.

Quando está quente, a cada 15 dias Niraj toma banho. Abro a torneira do jardim e viro a mangueira pra cima. É lindo ve-lo de pé adorando a água como se fosse uma cachoeira. Se está frio eu o coloco na água morna no chuveiro.. ele adora.

O maior perigo é nos dias que o alimento porque fica muito agitado. Mas, aos poucos vamos estreitando nossos laços. Eu o adoro e acho que ele já gosta um pouco de mim. Se não gostasse permitiria que outras pessoas se aproximassem quando está comigo e isto é pra ele, hoje em dia, algo totalmente fora de cogitação.

A cada dia, agradeço ao SENHOR DEXPEX por me permitir a ventura de ter Niraj comigo.




Silvos


Essa serpente

que me sibila as entranhas

e se arrasta comigo

nas noites de solidão

não quer saber de tardo

ou bardo

ou bem me dá o bote

ou mal me dá voz de prisão


Lílian Maial

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails